20.12.07

 

Interlúdio Recreativo com a Língua Portuguesa


Num pequeno interlúdio, de absoluta recreação, transcrevo a seguir dois excelsos textos da Língua Portuguesa.

O primeiro reproduz um diálogo interessantíssimo extraído da «Corte na Aldeia», obra de Francisco Rodrigues Lobo ( Leiria, 1580 - Lisboa, 1622 ), sobre as excelentes qualidades do nosso idioma pátrio, o segundo, mais pequeno, mas igualmente valioso, de António Ferreira ( 1528 – 1569 ) :
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« – Uma cousa vos confessarei eu, senhor Leonardo (disse a isto D. Júlio), que os Portugueses são homens de ruim língua, e que também o mostram em dizerem mal da sua, que, assim na suavidade da pronunciação como na gravidade e composição das palavras, é língua excelente.

Mas há alguns néscios que não basta que a falem mal, senão que se querem mostrar discretos dizendo mal dela; e o que me vinga de sua ignorância é que eles acreditam a sua opinião, e os que falam bem desacreditam a ela e a eles.

– Bravamente é apaixonado o senhor D. Júlio (acudiu o Doutor) polas cousas da nossa Pátria, e tem razão, que é dívida que os nobres devem pagar com maior pontualidade à terra que os criou.

E verdadeiramente que não tenho a nossa língua por grosseira, nem por bons os argumentos com que alguns querem provar que é essa; antes é branda para deleitar, grave para engrandecer, eficaz para mover, doce para pronunciar, breve para resolver e acomodada às matérias mais importantes da prática e escritura.

Para falar, é engraçada com um todo senhoril, para cantar é suave com um certo sentimento que favorece a música; para pregar é substanciosa, com uma gravidade que autoriza as razões e as sentenças; para cartas, nem tem infinita cópia que dane, nem brevidade estéril que a limite; para histórias, nem é tão florida que se derrame, nem tão seca que busque o favor das alheias.

A pronunciação não obriga a ferir o céu da boca com aspereza, nem a arrancar as palavras com veemência do gargalo. Escreve-se da maneira que se lê, e assim se fala.

Tem de todas as línguas o melhor : a pronunciação da Latina, a origem da Grega, a familiaridade da Castelhana, a brandura da Francesa, a elegância da Italiana.
Tem mais adágios e sentenças que todas as vulgares, em fé de sua antiguidade. E, se à língua Hebreia, pela honestidade das palavras, chamaram santa, certo que não sei eu outra que tanto fuja de palavras claras, em matéria descomposta, quanto a nossa.

E, para que diga tudo, só um mal tem : e é que, pelo pouco que lhe querem seus naturais, a trazem mais remendada que capa de pedinte.»
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Vale, por conseguinte, também a pena transcrever parte de um poema de António Ferreira ( 1528 – 1569 ), que contém um elegante louvor à Língua Portuguesa, integrado na sua obra «Poemas Lusitanos», significativo título, num tempo em que se tornava moda, entre os nossos melhores escritores, a prática do bilinguismo, escrevendo com frequência em castelhano, coisa que o nosso Doutor António Ferreira nunca haveria de fazer, remando contra a corrente dominante de então.

Convém lembrar estes raros exemplos de digna altivez, sobretudo na época presente, em que muitos portugueses parecem envergonhar-se da sua cultura de raiz.

Ninguém deve deixar de aprender e cultivar outras línguas, se tal o desejar, por gosto ou por qualquer interesse particular. Pelo contrário, o conhecimento de outras línguas de cultura, além da nossa, amplia e esclarece o nosso horizonte científico e cultural.

Mas isso não deve implicar o desleixo e, muito menos o menosprezo, da sua língua materna, no nosso caso, o português, que, em si mesmo, comporta tantas virtuosas qualidades, como nos ilustrou acima outro dos nossos bons escritores dos séculos XVI e XVII, Francisco Rodrigues Lobo.

Aprecie-se, pois, assim também, a frescura e a beleza destes justamente famosos versos de António Ferreira, que elegantemente os forjou, em defesa e ilustração da sua e nossa Portuguesa Língua :


Floreça, fale, cante, ouça-se, e viva
A Portuguesa língua, e, já onde for,
Senhora vá de si, soberba e altiva.

Se téqui esteve baixa, e sem louvor,
Culpa é dos que a mal exercitaram:
Esquecimento nosso e desamor.


Nos dias de hoje, estes magníficos textos, deveriam ser de leitura obrigatória, em Portugal, a todos os candidatos a dirigentes de qualquer coisa. Poderia ser que assim se conseguisse travar o uso excessivo e pretensioso de termos ingleses no discurso escrito e oral, em Português. Tampouco nos deveremos iludir sobre o suposto lato conhecimento de tanta gente da língua inglesa, na maior parte dos casos, adquirido muito pela rama e não das árvores mais frondosas.

Infelizmente, o Ensino oficial do País parece ignorar textos vazados em nobre português, como estes ora transcritos, preferindo pôr os alunos a analisar tecnicamente (?) regulamentos de concursos idiotas promovidos pelas múltiplas Televisões gravemente entontecedoras e, elas próprias, já vastamente entontecidas...

Aqui ficam, portanto, estes dois esbeltos e judiciosos textos da formosa Língua de Camões, para nossa, hoje mui necessitada, colectiva redenção.

AV_Lisboa, 20 de Dezembro de 2007

13.12.07

 

Pequena Polémica sobre Jorge de Sena



Pelo interesse do assunto, quebro a prometida continuidade do tema do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, para dar conta de uma recente e amável troca de opiniões, com um confrade destas lides internéticas, sobre a personalidade do escritor Jorge de Sena, por ele apelidado de compulsivo maledicente.

Esta forte adjectivação que verdadeiramente me feriu em corda sensível, foi depois por ele justificada, com excertos dos Diários do escritor, vindos a público há coisa de poucos anos, por iniciativa da viúva Mécia de Sena e de que, na oportunidade, não me havia apercebido.

Como se pode imaginar, não conhecendo eu essas passagens dos escritos de JS, em que a fibra mais íntima e mais azeda de JS amplamente se manifestava, não podia deixar de me chocar com tão abrupta classificação.

Apesar de ter lido bastante de Jorge de Sena : poesia, contos, romance, estudos e ensaios sobre autores e temas da literatura em geral, quase tudo nos anos subsequentes à sua morte, em 1978, em nenhum lado me confrontara com essa sua extremada faceta.

Era, então, naquele, para mim e para muitos nossos compatriotas, risonho tempo de iniciação política e cultural, um dos meus autores preferidos, modelo eleito de intelectual socialmente interventivo, no inebriante turbilhão político que se viveu em Portugal, a seguir à Revolução.

Em muita coisa que dele li me apercebi do seu carácter exaltado, excessivo, torrencial, mas sempre o senti verdadeiro, na sua multímoda forma de se exprimir.

Admirava a sua altivez perante as instâncias que criticava e apreciava a sua independência de espírito, entre as capelinhas costumeiras que se formavam e continuam a formar em Portugal, a propósito de tudo e de nada.

Tinha frequentes acessos de fúria, na escrita e em discursos públicos que ainda lhe vi fazer, entre eles o daquele célebre, pela inusitada veemência, discurso da Guarda, numa comemoração do dia 10 de Junho, salvo erro de 1977.

Via-se que era um espírito revoltado contra muita coisa e contra muita gente, cioso do seu valor, que ele considerava não fora devidamente reconhecido, nem recompensado no Portugal pós-revolucionário, como achava deveria ter sido, tal como se passara com muitas outras figuras de intelectuais, expatriados políticos, alguns, na verdade, generosamente tratados pelos novos poderes, muito para lá até dos seus reais méritos ou currículos políticos.

Cabe aqui relembrar uma confissão sua numa das entrevistas, então disputadas pelos meios de comunicação social, segundo a qual teria ficado bastante magoado por não o terem convidado para nenhuma Cátedra na Universidade Portuguesa, após o 25 de Abril, como fizeram a muitos outros seus pares.

Perante a sua estupefacção, pelo esquecimento a que o estariam a votar, facto que terá sido transmitido a alguém com influência no poder revolucionário, teria recebido, como satisfação, a sugestão de se inscrever numa estrutura partidária, de preferência de orientação socialista, sendo fácil de adivinhar qual terá ela sido.

Ainda hoje, passados mais de trinta anos, continua essa mesma formação partidária a dominar largamente as estruturas do Estado, da Universidade e instituições afins, da Comunicação Social, etc., numa consagração incontestada de verdadeiro partido certo, o mais politicamente correcto de todos, mesmo se mudou de filosofia e de prática governativa, conservando embora a designação de socialista, presume-se que apenas por tradição, inércia ou por mera conveniência táctica, na sua luta pelo Poder efectivo.

Jorge Sena, que detinha, na altura, excelente posição numa universidade americana de prestígio, possuía também, comprovadamente, largo currículo como Poeta, Ensaísta e Professor, pelo que não abraçou a vergonhosa sugestão.

De resto, nunca ela quadraria com o seu perfil de intelectual, altivamente independente de organizações partidárias, que não de preferências políticas, que eram consabidamente das Esquerdas, embora com respeito da Democracia Parlamentar, como publica e repetidamente afirmou.

Deve, pois, Jorge de Sena ter sofrido muita pulhice, antes e depois do 25 de Abril, o que terá certamente contribuído para extremar um temperamento já de seu natural um tanto áspero, que muitos retiveram, sobretudo, relativizando os seus imensos méritos intelectuais. Para mim, sobre todos esses atributos, acrescia ainda o do eminente camonista que ele era, condição que mais me reforçaria na duradoura afeição com que lhe fiquei.

De tal forma que, mesmo essas passagens agora reveladas, de pura maledicência, sem dúvida pouco abonatórias da sua personalidade, como naturalmente reconheço, não chegam, para fazer diminuir a minha velha estima por ele; quando muito, servirão para atenuar ou relativizar o pedestal em que o colocara, circunstância que, ao longo da nossa vida, infelizmente, acaba por acontecer com muitos dos nossos ídolos de juventude, em geral, na justa proporção do conhecimento que vamos tendo da sua vida mais íntima.

De onde se segue que, muitas vezes, é bem preferível ignorarmos a vida privada dos nossos heróis, da qual a virtude e o aprumo ético com frequência se ausentam, ao contrário do que sucede com o valor das suas obras, se o têm, que nunca nos decepcionam, valendo por si mesmas, pela arte que nelas lograram realizar.

Acrescentarei ainda que, bem ponderados, esses infaustos pormenores da vida particular de Jorge de Sena, agora conhecidos, não passarão, todavia, de meros pecadilhos comparados com o descalabro ético que vemos socialmente triunfante nos nossos dias.

E, a compensá-los, ainda ficaram de Jorge de Sena as suas múltiplas e variadas obras, cujo valor pode e deve ser aferido com rigor pelas gerações que depois dele vierem.

De muitos outros, incluindo os mais virtuosos, o que ficará ?

AV_Lisboa, 13 de Dezembro de 2007

11.12.07

 

Controvérsias Lusitanas Pós-Modernas : O Acordo Ortográfico e Outras…



Nos últimos dias, certos temas têm alimentado, mais que o normal, as pequenas controvérsias lusitanas : da ortografia, ao cinema, à «comemoração» dos 200 anos das Invasões Francesas, à renovada presença de Mário Soares na TV, ao fiasco do Ensino, tema que começa a ser de permanente discussão e se assume já como incontestado pesadelo colectivo, à Economia que retoma-não-retoma, à Cimeira Euro-Africana de Lisboa, histórica, no dizer hiperbólico de Sócrates, enfim, tudo isto constituindo um feixe de problemas que nos enche a vida de negrume, sem, ao menos, esclarecer o nosso pensamento.

O olhar optimista adoça os cambiantes, desvaloriza as sombras, as penumbras e procura ampliar as esparsas zonas de claridade; vê indícios de progresso onde menos se adivinha e exorciza os que teimam em opor-lhe motivos de escândalo, de vergonha, de falta de orgulho colectivo, etc.

Esta altercação entre visões optimistas e pessimistas é uma constante temporal, especialmente entre portugueses, muito inclinados, de seu natural, a carpir mágoas, reais ou inventadas.

Talvez até se possa dizer que numerosos compatriotas nossos encontram certo prazer na expressão pessoal de uma vincada melancolia, quiçá atávica, superiormente celebrada no plano estético e literário por muitos dos escritores nacionais, entre eles, sem dúvida, Almeida Garrett, naqueles formosos versos iniciais do seu poema «Camões» :

Saudade, gosto amargo de infelizes,
Delicioso pungir de acerbo espinho…

Esta antiga prática ameaça tornar-se porventura doentiamente interminável, sempre reanimada pelo lado negativo, forçosamente pessimista.

A realidade, porém, contra todas as apostas mais risonhas, mostra-se renitente em abrir-nos a visão optimista. Passada a euforia da adesão à Comunidade Europeia, há mais de uma década que os Portugueses carecem de motivos reais para se sentirem confiantes no futuro, embora, naturalmente, sempre haja quem persista em remar contra a maré, na esperança de que, à força de tanto crer no ansiado milagre, ele acabe mesmo por verificar-se, para nosso gáudio colectivo.

Governos sucessivos constituídos por gente, técnica e eticamente medíocre, delapidaram consideravelmente a nossa já debilitada credulidade, por séculos de pessimismo militante. Como cidadãos de convicções, se o queremos continuar a ser, temos, por isso, de descobrir reservas de ânimo capazes de nos impelir à acção redentora.

Quando agora vemos regressar a polémica do Acordo Ortográfico, passados 20 anos do seu início em 1986, depois de se ter assinado o último Acordo, em 1990, o primeiro que contou com a assinatura dos representantes dos novos países africanos de expressão oficial portuguesa, sentimos que algo de requentado nos está a ser servido.

Gente que, quotidianamente, comete os mais despudorados atentados à língua de Camões, que fala e escreve com emproado desleixo, surge agora muito excitada a propósito de uma consoante muda que poderá vir a perder-se, por via de mais uma reforma ortográfica de pendor foneticista, que pretende, de novo, aproximar a escrita da fala, como primeiro generalizadamente intentou o nosso eminente filólogo Aniceto Gonçalves Viana, há cerca de 100 anos, na primeira grande reforma ortográfica que se operou entre nós, sem qualquer consulta das opiniões dos estudiosos brasileiros, que já então os havia e bons.

Ressalve-se, contudo, nesta observação às gentes relapsas no tributo à língua pátria, o caso de Vasco Graça Moura, prolífico autor e exímio cultor do idioma, que intervém, com costumado denodo, nestes assuntos, por vezes, de forma algo apaixonada, mas, quase sempre, com acertado sentido de oportunidade.

A VGM, compreensivelmente, ainda se pode tolerar alguma sobreexcitação na matéria, pela sua larga competência literária, comprovada em copiosa e variada produção, que toca pontos tão distantes como os que vão da poesia lírica, própria e alheia, com traduções esmeradas para português de grandes obras da cultura europeia, certamente exigindo da sua parte intenso investimento intelectual e afectivo, ao romance, ao conto, ao ensaio, etc., sem falar da sua antiga intervenção na Comunicação Social.

Aqui, no entanto, cabe reconhecê-lo, o seu enorme talento se vê, amiúde, inutilmente aplicado, sem glória nem proveito, nas sucessivas figuras políticas menores que se empenha em defender, julgando VGM, porventura, com esse seu propósito, cumprir acto de curial cidadania ou de devida solidariedade partidária.

O debate sobre qualquer tema relativo à Língua Portuguesa abarca inevitavelmente pontos fundamentais da nossa identidade cultural, que estão obviamente muito para lá da mera questão ortográfica. Esta última, como se sabe, assenta em base convencional sobre que, periodicamente, acorda gente reputadamente conhecedora dos complexos fenómenos linguísticos e literários que a enformam.

É verdade que, neste Acordo de 1990, Portugal cede mais do que o Brasil, que passará a ficar numa situação mais vantajosa para disputar mercados livreiros, nomeadamente os dos países africanos que seguem a Norma Ortográfica e Gramatical Portuguesa, até ao presente, seus habituais e importantes clientes.

É verdade também que, neste capítulo, quem permanece em falta, desde 1945, é o Brasil, cujos membros da sua delegação técnica – Pedro Calmon, Ruy Ribeiro Couto,
Olegario Marianno e José de Sá Nunes – competentes conhecedores do Idioma, debateram, aprovaram e assinaram o texto do Acordo então celebrado.

Depois, inesperadamente, as suas instâncias políticas superiores não o haveriam nunca de sancionar, na sequência de uma discussão sobrevinda, em solo brasileiro, que acusava o Acordo de veicular uma versão linguística demasiada lusitanista, reacordando, em certa elite brasileira, velhos sentimentos anti-portugueses.

Esta corda da tradicional divergência linguística, quando beliscada do outro lado do Atlântico, desperta sempre sons de forte antipatia contra descendentes do Senhor El-Rei D. João V, figura particularmente visada, nessas erupções de animosidade, pelos nossos frequentemente exaltados irmãos brasileiros.

Dir-se-ia, a este propósito, que, nessas súbitas manifestações de desamor para com os seus antepassados, os nossos irmãos no Idioma, se comportam como se tivessem sempre sido eles os legítimos proprietários das vastas regiões colonizadas pelos portugueses e não as diversas tribos índias primitivas que por lá viviam, tudo indica com plena satisfação, curtindo o seu profundo sono civilizacional, abruptamente interrompido com a chegada dos companheiros de Cabral.

Mas compete aos que se julgam mais ponderados dar exemplo de paciência e bonomia, obliterando na sua memória passados episódios desagradáveis, para voltar a apostar em novas oportunidades de entendimento, na língua comum, como em outros campos da cultura, em geral.

É conveniente que a Língua Portuguesa disponha de uma forma ortográfica única, ainda que esta tenha de contemplar algumas centenas de termos com grafia dupla, aceitar a queda de algumas consoantes mudas, não de todas, note-se, para congraçar sensibilidades e orgulhos próprios históricos, afinal, obrigatório e pequeno, para alguns, preço que pagaremos, sobretudo nós, portugueses, para se alcançar esse desiderato comum.

Mas, não nos iludamos, que com isso não passaremos a falar da mesma maneira. Mais importante que a Ortografia, para a coesão de uma Língua, é a sua Sintaxe, e essa infelizmente continuará com as diferenças conhecidas, que se acentuaram bastante ao longo do século XX, trilhando já hoje um caminho perigosamente divergente para a desejável unidade do idioma, sobretudo na sua expressão oral e coloquial, como a profusão de novelas brasileiras na nossa TV à evidência nos tem demonstrado.

Nos próximos artigos continuarei com este interessante tema.

AV_Lisboa, 11 de Dezembro de 2007

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